Rotina agitada, ansiedade, temperaturas baixas, reuniões sociais. Tudo é desculpa para ingerir alimentos do tipo fast food ou consumir mais do que o necessário. Embora a alimentação desequilibrada seja um dos principais fatores que leva ao acúmulo de gordura no organismo, existem outras razões para o sobrepeso, como as questões biológicas e genéticas. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência da obesidade no Brasil saltou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016, o que corresponde a 60% de aumento. Ou seja, uma a cada cinco pessoas está acima do peso no país.
Para a endocrinologista parceira da Cauzzo, Thiza Londero, o aumento do número de brasileiros obesos está associado ao hábito de vida. “Ficamos mais tempo sentados, caminhamos menos, estamos mais sedentários. Estamos nos alimentando muito mal, preferindo fast food e alimentos industrializados em vez de alimentos preparados em casa, ou naturais, como frutas e legumes. Consome-se pouca água e muito refrigerante e suco. Mesmo as bebidas diet não são substitutos saudáveis da água”, afirma Londero, que também ressalta que a obesidade é uma doença em grande parte comportamental.
Os fatores que levam à obesidade dividem-se em modificáveis e não modificáveis. Hábitos como sedentarismo, consumo excessivo de alimentos industrializados e gordurosos e a falta do consumo de alimentos naturais estão entre aqueles que podem ser modificados com reeducação. “Temos no nosso intestino bactérias boas que ajudam a controlar nosso peso. Elas morrem quando não comemos esses alimentos saudáveis e são substituídas por bactérias ruins, que liberam substâncias que fazem nosso metabolismo ficar lento, aumentar nosso apetite por doces e ganhar peso”, explica a endocrinologista.
A predisposição genética é fator não modificável, que pode ser tratado quando adotado um estilo de vida saudável, com reeducação alimentar e exercícios físicos. “Alguns problemas hormonais podem predispor o ganho de peso, como a síndrome dos ovários policísticos e o excesso de produção de cortisol, mas esses fatores são bem menos comuns que o ganho de peso decorrente da má alimentação e falta de exercícios”, complementa a médica parceira da Cauzzo.
Como a obesidade é diagnosticada
Existem vários métodos para diagnosticar a obesidade, porém o método clássico é bastante simples e pode ser feito por qualquer pessoa. “É uma relação entre peso corporal e altura, chamada índice de massa corporal, o IMC. Divide-se o peso pela altura ao quadrado (peso: (altura x altura). O resultado acima de 30 já faz diagnóstico de obesidade”, explica a endocrinologista parceira da Cauzzo, Thiza Londero. O estágio 1 de obesidade é um valor de IMC de 30 a 34,9; o estágio 2, o IMC é de 35 a 39,99 e o estágio 3, acima de 40. Outra forma simples de avaliar o excesso de gordura corporal é pela medida da circunferência do abdômen (barriga): se está acima de 88cm para mulheres e 102cm para homens.
Como é feito o tratamento?
O tratamento para a obesidade exige disposição para adquirir novos hábitos. “A pessoa precisa mudar seu estilo de vida, passar a adotar uma rotina de exercícios físicos e melhorar a alimentação. São mudanças que não devem ser só por um período, mas para toda a vida, senão a pessoa vai perder peso mas ganhar tudo de novo”, alerta Thiza Londero.
O paciente deve ser acompanhado por um endocrinologista, nutricionista, educador físico e por um psicólogo, se necessário. O uso de medicamentos é uma decisão tomada pelo médico em acordo com o paciente, bem como a decisão por tratamentos cirúrgicos como cirurgia bariátrica e o balão intragástrico. No entanto, seja qual for o método, deve ser seguido de uma mudança no estilo de vida.
Os riscos de não procurar apoio médico são graves e podem levar a morte. Segundo a endocrinologista, existe uma relação linear entre o aumento de peso e o desencadeamento de doenças como diabetes mellitus, hipertenção arterial, esteatose hepática – que pode evoluir para câncer de fígado, alteração das taxas de gordura no sangue, artrose, asma, perda da função do rim e câncer dos tipos mama, intestino e pâncreas.
Dicas para evitar o sobrepeso:

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